Vazamento de Ácido Tóxico no Rio Seco Causa Preocupação em Joinville
Um vazamento de ácido sulfônico no Rio Seco, em Joinville, resultou na interrupção do abastecimento de água para 75% da população do município catarinense mais populoso. O produto, considerado tóxico e corrosivo, gerou uma espuma branca ao longo do leito do rio na última segunda-feira (29).
Daniele Legat Albino, gerente do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), alertou para os riscos do contato direto com o ácido sulfônico, que pode causar desde queimaduras na pele até lesões oculares graves. A substância é nociva também por inalação e ingestão. Devido à sua capacidade de tornar óleos mais solúveis, o ácido sulfônico é comumente utilizado na fabricação de detergentes e produtos de limpeza.
O incidente ocorreu após um caminhão carregado com a substância tombar e pegar fogo no km 16 da SC-418, na Serra Dona Francisca. O motorista do veículo ficou ferido, mas já recebeu alta do Hospital Municipal São José de Joinville.
A Defesa Civil orienta que as pessoas evitem contato com a área contaminada, destacando que não há teor aceitável de ácido sulfônico na água. A substância pode provocar irritações nas vias respiratórias por inalação, queimaduras na boca, garganta e estômago por ingestão, além de lesões oculares graves e queimaduras na pele.
A Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cubatão, responsável pelo abastecimento de 34 bairros, teve suas atividades interrompidas devido ao vazamento, levando a prefeitura a decretar situação de emergência. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as circunstâncias do incidente.
Em relação aos danos ao meio ambiente, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) ainda não tem informações sobre a extensão da contaminação. No entanto, o ácido sulfônico é conhecido por ser tóxico à vida aquática, prejudicando peixes, anfíbios e outros organismos. O produto também altera as propriedades físico-químicas da água, criando uma barreira de espuma que impede a transferência de oxigênio.
A Buschle & Lepper Distribuidora de Produtos Químicos, responsável pelo transporte do ácido, informou que está colaborando na busca de soluções para os danos causados e acompanhando as investigações sobre as causas do acidente, bem como a evolução do quadro de saúde do motorista. A polícia está periciando o local e o caminhão, buscando esclarecer eventuais irregularidades no transporte da carga.