Rede Pública de Saúde em Santa Catarina Bate Recorde Anual de Cirurgias Eletivas, mas Desafios Persistem em 2024
A rede pública de saúde em Santa Catarina alcançou um marco significativo em 2023, registrando o maior número anual de cirurgias eletivas em pelo menos sete anos, totalizando cerca de 201 mil procedimentos. Esse feito foi resultado dos esforços concentrados no Programa Estadual “Fila Zero”, uma iniciativa prometida durante a campanha do governador Jorginho Mello (PL). No entanto, apesar do nome sugestivo, o Estado encerrou o ano de 2024 com aproximadamente 100 mil pacientes ainda aguardando na fila de espera, uma redução modesta em comparação aos pouco mais de 105 mil pacientes no início de 2023.
Os dados, fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde em Santa Catarina (SES-SC), revelam que a rede pública realizou cerca de 125 mil cirurgias eletivas com internação e 76 mil procedimentos oftalmológicos ambulatoriais ao longo do ano passado. Em comparação com 2022, que já havia sido considerado o melhor ano desde 2017, com aproximadamente 167 mil procedimentos eletivos, houve um aumento notável.
A SES-SC destaca um saldo positivo na atual fila de espera, apesar da redução de apenas 5%, argumentando que a lista foi renovada com o atendimento de pacientes que aguardavam há anos, alguns desde 2010.
Em 2023, o Programa “Fila Zero” recebeu investimentos significativos, totalizando R$ 120 milhões do governo do Estado, mais R$ 30 milhões provenientes de outros órgãos como a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Contas do Estado, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público estadual. A União também contribuiu com R$ 40 milhões através da Política Nacional de Redução de Filas.
Para enfrentar os desafios em 2024, o governo catarinense lançou duas apostas: o Programa de Valorização dos Hospitais e a Tabela Catarinense. A Tabela Catarinense amplia a participação de hospitais filantrópicos e municipais na prestação de serviços à rede estadual de saúde, enquanto o Programa de Valorização dos Hospitais visa aumentar os valores pagos a essas unidades, proporcionando maior celeridade às cirurgias eletivas. A Secretaria de Estado da Saúde projeta um investimento de até R$ 650 milhões em 2024 para incentivar os hospitais prestadores de serviço à rede estadual.